Resenha "O menino do pijama listrado"
- Yasmim Gonçalves
- 16 de dez. de 2016
- 3 min de leitura
NOME: O menino do pijama listrado

AUTOR: John Boyne
EDITORA: Seguinte
NOTA: ♥♥♥
“- E se eu também tivesse um par de pijamas listrados? Aí eu poderia passar para o seu lado e fazer uma visita, sem que ninguém percebesse.
– Acha mesmo? Faria isso?
– É claro. Seria uma grande aventura. Nossa última aventura.”
Sinopse:
Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz ideia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. 'O Menino do Pijama Listrado' é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
Resenha
Algumas histórias a gente leva para a vida, e "O menino do pijama listrado" é uma dessas, de um lado a maldade exposta da maneira mais cruel possível e de outro, a inocência de uma criança. A história em si é triste já pelo contexto histórico, o holocausto é um momento que sempre vai nos remeter a maldade do homem, tudo que aconteceu àquelas pessoas é o exemplo mais bárbaro da intolerância da humanidade.
Bruno era só uma criança, Shmuel também, para eles era difícil entender o verdadeiro motivo de tudo aquilo estar acontecendo. O autor consegue mostrar os dois lados da cerca, que são bem distintos, ele até cria uma certa ironia, um menino deseja o lado do outro da cerca, na visão de Bruno o outro lado é uma maravilha, só tem coisas boas, eles podiam usar pijamas o dia todo, tinham muitas pessoas com quem brincar, já o seu lado da cerca era solitário.
Em alguns momentos do livro eu tive a impressão de que Shmuel não era tão inocente quanto Bruno, mesmo ambos tendo a mesma idade, achei que o menino queria poupar o amigo ou que tinha vergonha das coisas que aconteciam, mas depois a gente consegue entende-lo, quando ele conta por tudo que passou antes de chegar ao campo.
Mesmo Bruno sendo filho de um homem que trabalha para Hitler, ele é tão inocente quanto qualquer criança pode ser aos oito anos, ele só queria brincar, e quando vê da janela do seu quarto um grupo de crianças, a única coisa que ele consegue pensar é em como a vida é injusta, aquelas crianças tem tantos amigos para brincar e ele não tem ninguém. O menino não fazia ideia do que realmente acontecia lá, os pais queriam que tudo continuasse assim, mas não foi o que aconteceu.
As coisas acontecem um pouco devagar demais no começo, depois acelera bastante, mas ai já é o final do livro. Eu não me emocionei com o livro tanto quanto com o filme, sim, fiquei bem abalada por tudo que acontece aos judeus, fiquei emocionada com a história de Pavel, mesmo o homem sofrendo nas mãos dos nazistas, mesmo sofrendo com toda aquela maldade, ele ainda era bom, foi o personagem que mais me comoveu, apesar de que a participação dele é bem curta.
O Livro é narrado em terceira pessoa, mas sempre descrito da percepção de Bruno, que idolatrava o pai e como já mencionado era uma criança inocente, então ele não percebia o que as coisas realmente significavam, mas como nós, leitores, já temos uma certa "maldade" conseguimos entender o que para Bruno não é nada significativo, como por exemplo, a avó paterna de Bruno, era totalmente contra o regime Nazista, em diversos momentos isso fica bem explicito, ou seja, se olharmos além da visão de Bruno, vamos ver que o autor colocou a percepção de todos os personagens sobre o momento histórico que viviam.
Como eu havia dito, gostei bastante do livro, mas ele não me tocou tanto quanto o filme, é difícil admitir isso, mas acontece, não é mesmo? Espero que tenham gostado da resenha leitores, eu super indico o livro e o filme, que foi MUITO fiel a história, leiam, assistam e me digam o que acharam, beijos, beijos e até o próximo post.

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