Resenha Menina má
- Yasmim Gonçalves
- 17 de nov. de 2016
- 4 min de leitura

NOME: Menina Má
AUTOR: Willian March
EDITORA: Darksid books
NOTA: ♥♥♥♥
Sinopse
Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de oito anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.
Resenha
O livro tem uma linguagem incrível, eu tive muita facilidade para me envolver na leitura, ele é narrado em terceira pessoa e vai mesclando entre todos os personagens, o que é muito bom, conseguimos analisar do ponto de vista de cada um o que está acontecendo, são pouquíssimos personagens, os principais são Rhoda e sua mãe Christine.
Se eu dissesse que esse livro é assustador estaria mentindo, o que o deixa "arrepiante", é o fato de uma menina de apenas oito anos ser capaz de cometer tais atrocidades por 'nada'. É estranho assumir isso, mas eu me afeiçoei por Rhoda, quem me deixou irritada foi a mãe dela, mas eu não tenho filhos, então não consigo imaginar o que deva ser feito com uma criança que começa a mostrar sinais de psicopatia tão cedo, ainda mais naquela época, que a mulher era sempre culpada pelo mal comportamento dos filhos, pois era obrigação delas educar, ensinar, amar, então ela sentiu medo, é até compreensível e ela deixa isso bem claro também, mas eu acho que só devemos tomar atitudes drásticas quando já tivermos esgotado todas as outras possibilidades, e ela se desesperou de mais, em alguns momentos eu imaginei que a mãe era a Rhoda.
A trama desse livro se passa após um piquenique onde um garoto foi encontrado morto, ninguém suspeita de Rhoda, mesmo a menina tendo sido flagrada diversas vezes importunando o menino por conta de uma medalha que ela achava que deveria ter ganhado. O autor colocou muito de si na história, isso é bem enfatizado no epilogo, mas uma coisa que ficou na minha cabeça quando eu acabei de ler foi, quanto de si o autor havia colocado em Rhoda, pois um amigo revelou que March era fanático por caligrafia, e o inicio da historia é Rhoda perdendo um premio por melhor evolução de caligrafia do ano e isso irritou profundamente a garota logo depois o menino que ganhou a medalhas é encontrado morto, achei curioso a forma como ele idealizou a história.
Uma coisa que deve ser levado em consideração é que esse livro foi publicado nos anos 50, na época ele deve ter sido algo muito inovador, assustador e revolucionário. Eu pesquisei um pouco e vi que "Menina má" inspirou personagens clássicos de terror nos cinemas, como Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter, mas ler esse livro HOJE não me trouxe a mesma sensação que com certeza quem o leu na data da primeira publicação deve ter tido, nós vemos e vivenciamos coisas muito piores, vemos a todo instante noticias muito mais barbaras do que o que Rhoda fazia, e isso infelizmente acaba nos deixando menos sensíveis para esse tipo de coisa, pois hoje, infelizmente a violência está banalizada.
Como eu já havia dito, me afeiçoei pela menina, porque acredito que ela era doente, e existe uma diferença entre ser mal e doente, eu não consigo acreditar que uma criança de oito anos, que sempre teve amor, que nunca viu o "mal", faça essas coisas possa ser qualquer outra coisa se não doente. Tem bastante mistério nessa história, e isso começa a ficar agoniante quando a Christine, mãe da Rhoda, começa a ter lapsos de memoria e passa a se questionar sobre eles, você pensa, "será que ela era uma psicopata e não se lembra", "será que...?", isso te instiga a continuar na leitura, aquela aflição pra saber o que vai acontecer.
O autor também aborda a questão da hereditariedade, é possível uma filha herdar a maldade da mãe, do pai ou até de uma avó? Esses são alguns questionamentos muito interessantes que está presente na história, e a forma como ele é abordado é bem leve, você quase não se dá conta do que o autor está insinuando. March usa como exemplo coisas que herdamos dos nossos pais, como a calvície, não sou nenhuma estudiosa de questões hereditárias, mas eu acho que existe uma grande diferença entre transferir para um filho uma característica física e uma característica de personalidade, mas fazer uma analise disso seria ir para outro lado, coisa que no momento não nos convêm, mas estou mencionando isso para explicar a minha afeição tão inusitada a uma criança intitulada como psicopata.
O final desse livro me surpreendeu, eu imaginei mil coisas, mas nunca, em hipótese alguma imaginei que o livro acabaria daquele jeito, eu fui até pesquisar pra ver se tinha uma continuação, e por não ter eu fiquei um pouco decepcionada, o final, ao menos pra mim, não foi O final, só lendo pra entender esse mistério.
Então é isso leitores,
espero que tenham gostado,
beijos beijos e até o próximo post.

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